sexta-feira, 25 de novembro de 2011

High Tech


A parte mais alta da casa, que esconde a caixa d'água, no projeto (acima) e trabalhada no photoshop (esquerda), para visualizar como ficará a cerâmica que imita madeira em contraste com o tijolinho aparente. Acho que o projeto foi feito em autocad, ou algo do gênero. Não deixa de ser interessante a casa surgir primeiro no computador e depois ele "testar" as possibilidades sobre a foto do que já foi construído.... É, quem nasceu no Séc. XX ainda se surpreende com isso. Não?

P.S: Resultado da cerâmica (não, não é madeira) com a ducha na entrada da área de serviço. O piso já instalei também, mas nesta foto ainda não aparece.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lugar ao sol

Já observei que quase não tenho fotos da casa feitas à tarde. A razão é simples: acordo cedo, vou pra obra, e de lá, sigo  pro meu trabalho. Assim, a maioria das fotos é entre 8 e 9h da manhã, quando o sol bate nas janelas dos quartos, na frente da casa.
No fim de semana, fui lá no fim da tarde levar os armários e portas que herdei do meu chefe (ver post "Sob Medida, de novo"). Ao ver o sol entrando pela varanda, não resisti e tirei a foto principal, acima, onde, do lado direito fica o "paredão", e, do lado esquerdo, a entrada para a sala. Reparem que na sala tem uma janela voltada para o fundo do terreno, que, como por encanto, o sol não entra. Então, por quê a sala está "protegida" do sol do fim da tarde? Isso pelo o telhado "avançar" mais um pouco além dela (veja na foto menor, do lado direito) e do outro lado, ter o "paredão", aqui  fotografado pelo fundo do terreno. Assim, a sala manterá uma temperatura agradável, apesar de voltada para o poente.
Sim, estudar a posição do sol, onde ele nasce e onde se põe, é o primeiro passo antes de começar a fazer o projeto de uma casa. Isto é,  só no caso de você não querer morar dentro de um forno. Lógico, né?

Piso pesado

Parecia ser uma oportunidade única. Minha prima comprou um apto e não queria os pisos e materiais de acabamento-padrão que a construtora oferecia. Segundo ela mesma, "frescuras de mulher". Assim, ela iria me repassar este material pela metade do preço de mercado. Porcelanato, pias, metais...Esperei. Mas, como parte dos pisos estava danificada ou fora das caixas, ela não aceitou. Aí foi a vez da construtora enrolar. Teriam que conferir tudo, enviar relatório para a matriz...aguardar uma solução...desisti. Não iria atrasar minha obra esperando resolver esta novela. Assim, voltei ao plano inicial, que era colocar cerâmica na casa toda. Vou usar apenas 2 tipos de piso. Um para a parte interna da casa e outro para área externa. Isso diminui as sobras e perdas de material.
Hoje comprei todos os pisos da parte interna da casa e levei a metade deles na camionetinha (economizei R$ 150 de frete). A outra metade, busco semana que vem. Assim garanto que sejam todos do mesmo lote, sem diferença de tonalidades.
Chegando na obra, era horário de almoço dos pedreiros. Como tinha que resolver isso logo e ir trabalhar, lá fui eu descarregar as 17 caixas de piso. Bom né? Cada uma delas pesa "só" 35 kgs. Ou seja, seria "só" uns 600 kgs. Sobrevivi, até prova em contrário (Amanhã, quando acordar, espero não estar todo quebrado).
Não teremos o porcelanato branco gelo, mas a cerâmica é da mesma cor. As paredes internas serão também todas pintadas de branco. Ou seja, vai ajudar "iluminar" a casa. De qualquer maneira, saio no lucro, já que a metade do preço do porcelanato ainda seria 20% mais caro do que paguei na cerâmica.

(Comentário do dia seguinte: até que não fiquei tão mal. É só não abaixar, que a coluna não dói.)

domingo, 20 de novembro de 2011

"seo" Manuel, o "Mestre"


Quando ia começar a obra, tive que tomar uma decisão importante. Quem iria construir minha casa e de que maneira? Decidi que seria o "seo" Manuel, um mestre de obras que já tinha feito 4 casas em meu condomínio, com excelentes referências (o de verde, nas fotos). Honesto, trabalhador, caprichoso no serviço, não desperdiça material... Esperei ele terminar uma obra, depois ficou uns dias adoentado...esperei. Ok, não deu para ser em abril/maio como eu queria, só conseguimos começar em junho. Ele trouxe um ajudante, o Marcelo, que faz o serviço mais pesado, como misturar o concreto, descarregar os sacos de cimento, etc. Combinamos que eles receberiam por diárias, pagas toda sexta-feira. Neste tipo de acordo, o problema é quando o dono não está presente na obra e o serviço é feito em "marcha lenta". Felizmente, isso não aconteceu. Com apenas 2 trabalhadores, em 6 meses, já estarei morando lá. O custo da mão de obra ficará em torno de 20% do total gasto na casa. Sei que se tivesse 4 pessoas trabalhando, a obra iria mais rápido, mas não seria feita na metade do tempo. E toda semana teria que desembolsar o dobro. Então, preferi ir devagar com o andor...
Sobre o "seo" Manuel, o Pedro Grilo disse o seguinte -"Ele é experiente e esperto, pega as coisas rapidinho. Não tem experiência com o tijolinho, mas você tem informação suficiente para orientá-lo". Sempre ouvia reclamações de quem construia, de que era muito difícil lidar com pedreiros, etc. Acho que a "culpa" muitas vezes está nos "patrões". Cumpri o combinado, nunca atrasei o pagamento deles. Além disso, tem que estar por perto, não deixar faltar material e conversar para saber o que deve ser feito a cada momento. Por exemplo, colocamos os batentes das portas, eu já queria instalar as portas. Conversei com "seo" Manoel e ele falou que primeiro precisaria nivelar o contra-piso e botar a cerâmica. Só depois, sabendo a altura exata do piso, colocariamos as portas. É assim...vivendo e aprendendo, né?

sábado, 19 de novembro de 2011

Sob medida, de novo



Ontem, chegando da obra pro trabalho, meu chefe me encontra na entrada do prédio. -"Vamos ali no meu apto, sobraram umas portas de armários na reforma que podem lhe interessar". Carpinteiros trabalhavam lá instalando os novos armários, a empregada, o filho...este material tinha se tornado "bagunça" na casa.
Fui separando tudo, levei no elevador e fui colocando na pampinha. Cheguei na casa e"conferi" como podia aproveitar. Os 3 armários "inteiros" couberam certinho na cozinha, 2 debaixo da pia e um que será fixado na parede, entre a pia e a geladeira. Até parece que quando fiz "as muretinhas" para a pia eu já sabia, né? Outras 3 portas maiores cabem na área de serviço, acima do tanque e da máquina de lavar (foto esquerda). Tinha ainda 6 portas grandes e 6 portas pequenas de um guarda-roupa (foto direita). Medi e vi que cabem 5, sobrará 1. A altura total dele ficará uns 10 cms abaixo do forro de gesso.
No caso do armário da área de serviço e do guarda-roupas, será só eu fazer "o caixote" de compensado que será fixado nas paredes e as divisões internas. Mais de meio caminho andado, né? P.S.: Cá entre, nós, reaproveitar madeiras também é uma forma de preservar, não?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mão na massa

Aproveitei o feriado do dia 15 e passei o dia inteiro na obra. Os pedreiros estavam fazendo o rejunte das paredes (igualando com massa, tirando os buraquinhos) e preparando os batentes para colocação das portas. (Ver fotos abaixo) Assim, eu mesmo resolvi assentar os tijolos para colocar a pia da cozinha. No final, preenchemos os buracos dos tijolos com concreto.
Na parte debaixo da pia, vou colocar prateleiras de madeira e portas de correr em MDF. Esta mesma solução usarei também nos armários dos quartos. Vou comprar as madeiras já cortadas nos tamanhos exatos e eu mesmo farei a instalação. Aviso aos navegantes: não aconselho fazer isso em casa, se você não tem experiência. Eu só farei porque já fiz camas, armários e outras peças de marcenaria. Nada de mais para quem é neto de carpinteiro, né?
Colocadas as portas internas, vamos nivelar o contra-piso e iniciar a colocação das cerâmicas. Temos que ligar também as tomadas e pontos de luz da casa. Tendo os quartos e os banheiros prontos,  em 2 semanas creio que já terei condições de começar a mudança. O resto a gente vai fazendo, né?

sábado, 12 de novembro de 2011

Aquecimento solar, temos não

Os kits de aquecimento solar estão cada vez mais populares e baratos. Então, por quê não colocar um na casa? Conheço um sistema "caseiro" que utiliza canos de pvc, caixas tetra pack e garrafas pet para aquecer a água, pesquise na internet que é fácil achar. Nas lojas, encontrei kits prontos de aquecimento a partir de 900 reais. Então qual o problema? Adianto que é coisa de "gravidade".
No projeto, minha caixa d'água fica sobre a laje dos wc e área de serviço, "escondida" da frente da casa por aquela "paredinha" no alto. As placas coletoras devem ficar voltadas para o Norte, região mais ensolarada. Justo ali tenho um "paredão" (foto da esquerda). As duas águas do telhado estão voltadas para o Leste (nascente) e o Oeste (Poente). Complicou mas dá pra resolver, né? Daria, se não fosse outro detalhe:  as placas coletoras devem ficar 1,5m acima dos chuveiros, com o boiler acima e tudo isso abaixo da caixa d'água. Ai lascou de vez. Teria que levantar bem a caixa d'água e mudar todo o projeto. Uma ducha de água fria, mesmo. Então, se você for construir e quiser usar aquecimento solar, veja estes detalhes antes de fazer o projeto. O ideal é que as placas coletoras fiquem o mais próximo possivel dos wc, para que a água não esfrie no caminho.
A solução que encontrei para, no futuro, ter água aquecida será um pouco mais antiga, coisa que via  nas fazendas de minha infância: quando for construir no fundo um apto de hóspedes, além da churrasqueira e fogão à lenha, colocarei uma serpentina de cobre no fogão que aquecerá a água desta outra parte da casa. Mas, agora, teremos não. Sorry.

Parabéns ao arquiteto



O @lufeba me disse para parabenizar o arquiteto. Ele dá consultorias na área de meio-ambiente e tem citado o projeto da minha casa em suas palestras para comunidades no MT e RO, que reagiram com interesse e curiosidade em conhecer mais detalhes da construção.
Por coincidência (?) o faicebuqui me lembrou que hoje é aniversário de dois amigos, o Pedro Grilo e também o Rênio. O Pedro, é o arquiteto da minha casa. O Rênio é um pilantra que não foi lá quando convidado para o churras da "cumeeira". Ele justificou-se dizendo que justo neste dia ele estaria num batizado, que um "amigo doido" teve a coragem de chamá-lo para ser padrinho do filho. Eita história mal contada...rs
Bom, "o presente" para o arquiteto é mostrar estas duas fotos, quase no mesmo ângulo. Uma, do projeto, a outra, da obra. Ou seja, tentamos reproduzir direitinho o desenho. Claro que o gramado e a cerca viva ainda estão faltando. Mas, virão. Olhando aquelas 2 pessoas que "caminham" em direção à casa, tive uma ideia: no próximo ano, podemos fazer uma festinha lá  para comemorar o aniversário dos 2. O @lufeba tá convidado também. Combinados?  

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ar Condicionado Natural


 Lembro que na escola, eu decorei: "ar quente sobe, ar frio desce." Pois foi exatamente isso que acabei fazendo na casa. A parte mais alta dela, o corredor de acesso aos quartos, ganhou os tijolos de vidros ventilados. Na foto acima, vemos eles, ainda sem a cobertura. Quando colocamos a telha, deixamos ela um pouco mais alta que o restante do telhado (foto da direita), para que o ar que entrou pelo tijolo de vidro tenha circulação e saia. Assim, ... uma espécie de "exaustor" ou "ar-condicionado natural" ajudará a refrescar toda a casa. E, o melhor, sem gastar nenhum centavo de energia, para sempre. Na foto da esquerda, como as telhas do corredor serão vistas pela frente da casa. Esta alteração foi minha, mas tenho certeza que o Pedro Grilo concordará, já que ele gosta em seus projetos de privilegiar o bom uso da iluminação e da ventilação naturais. E cá entre nós, eu detesto aparelhos elétricos de ar-condicionado. Fazem mal à saúde e ao planeta.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A moto subiu no telhado

A "negona" não existe mais. Ou melhor, existe, mas foi vendida. Espero que seja feliz com seu novo dono. Tive que vender a moto e colocar o dinheiro dela na construção da casa. Mais específicamente, para comprar o material que seria usado no telhado. A causa era nobre.
Minha esposa até se assustou quando fiz as contas e cheguei a conclusão de que seria necessário "sacrificar" a negona. -"Mas você vai ter coragem de vender? Você gosta tanto dessa moto"...coisas da vida.
Em resumo, a casa consumiu -até agora- um FGTS de 6 anos lecionando em uma faculdade particular, a negona e as economias que consegui acumular em um ano. O 13º ainda não entrou, mas não tenham dúvidas de que também será utilizado com este fim.
Não aconteceu o que todo mundo fala de que tinha um orçamento e que no fim custou o dobro ou o triplo. Mais ou menos o que eu previa gastar até ter o telhado pronto, foi o que gastamos.
Amanhã iremos fazer o rejunte dos tijolos. Ou seja, na colocação ficam pequenas frestas em alguns pontos, que precisam ser cobertas. Feito isso, as paredes externas devem receber um selador, que ajuda na impermeabilização, mas que não altera a aparência do tijolinho.Internamente, penso apenas em pintar os tijolinhos de branco, deixando-os, com seus encaixes aparentes.
Isso já é a reta final da obra, o chamado "acabamento". Acaba tudo mesmo...rs. Já fiz orçamento dos pisos, revestimentos dos banheiros e dos blindex. Tenho uma noção de quanto custará o forro de gesso. Depois ainda ficará faltando cercar a casa. Pretendo fazer uma meia-parede com os tijolinhos até uns 80 cms e em cima, colocar uma tela, para que eu possa "soltar os cachorros", literalmente. Hoje tenho um inofensivo mini-collie, mas pretendo ter também um pastor alemão. (O nome dele será "Papa", ok?)
Assim, fazendo as contas do que ainda falta, decidi que mais uma vítima será sacrificada: a moto que era do meu filho e que ficou comigo quando vendi a negona. Mas, não espalhem, pois não contei ainda a ela. Que fique entre nós. Falando nisso, alguém se interessa em comprar uma Fazer 250, com apenas 20 mil km rodados?

domingo, 6 de novembro de 2011

A Planta

Quando a gente começa um blog, é sempre legal ter a resposta ou o comentário de quem viu. Ajuda a corrigir e melhorar muita coisa. O @lufeba, apesar de flamenguista e troll master, fez uma pergunta "pq o tijolo é ecológico" e o post sobre isso foi um dos mais acessados aqui no blog. Ou seja, a dúvida dele foi pertinente e interessante pros demais. A @ pediu para colocar a planta baixa e explicar a casa. Ok, vamos a isso então.
Na frente os 2 quartos, o da esquerda (meu) é suíte. O outro banheiro fica pro corredor de acesso. Do lado esquerdo dos wc, na mesma altura, fica a área de serviço. Em cima, estará a laje e a caixa d'água. A sala e a cozinha não tem divisão entre eles. Observe que entre o corredor dos quartos e a sala tem um "H", com 2 mts de largura e 1 de profundidade. Ali, em alvenaria, de um lado será o espaço para a estante da tv (virado pra sala) e do outro, a bancada para o computador (entrada dos quartos).
Exatamente na lateral direita deste "H", ficará a porta principal da sala, de correr. O acesso à sala será feito pela garagem/varanda. A abertura que tem no "paredão" da varanda leva iluminação e ventilação à sala, pois está alinhado. As demais portas de acesso, na frente, entrada da área de serviço e a outra, na sala voltada para a pequena varanda, serão de blindex também, mas de abrir.
Como eu disse antes aqui, a planta da "casa em si" não é diferente de um apto com o mesmo tamanho. Bastou acrescentar as varandas. Falando nisso, na varandinha no fundo, no projeto tem 3 pilares. Mandei colocar mais um, porque daria uma melhor estrutura para o tipo de telhado que acabei escolhendo. Mas isso, acho que só o Pedro Grilo, ia notar. Ou não, rs.

Eu gosto desta parte


Na foto acima, vemos o "paredão" lateral e a parte dos fundos da casa. Onde é a sala, a varanda fica mais larga. Uma porta de vidro, de correr, dará acesso à sala.
Na foto da direita, outra porta de vidro também de acesso à sala e a janela da cozinha. Este espaço forma uma pequena varanda,  que acredito ser ideal para uma rede de balanço. O prolongamento do telhado sobre as colunas, tem cerca de um metro de largura e terá a função de proteger  a parede da sala do sol do entardecer.
A casa será "centralizada" no terreno. Ficará com 10 metros de recuo em relação a calçada e uns 17 metros do muro do fundo. (ok, como centralizada se a frente é menor que o fundo? É que no fundo pretendo ainda fazer churrasqueira, fogão à lenha e mais um apto de hóspedes.  Qdo isso for feito, ai sim ela ficará centralizada em relação ao terreno).
Como o telhado é de 2 águas, a parte dos fundos, com maior área coberta, terá uma calha e  um reservatório de ferrocimento para armazenar água das chuvas (15 mil lts), já que pretendo plantar gramado e já plantei algumas árvores frutíferas.
 Na frente, manga e abacate (Tenho uma muda de palmeira imperial, mas ainda não decidi onde plantar, só sei que será na frente). No fundo, temos limão, amora, manga, acerola, carambola e jabuticaba. Penso também em fazer uns canteiros para hortaliças. Estes tijolos quebrados no fundo da casa, serão moídos e aproveitados para a drenagem dos canteiros. Não é entulho, ok? Quanto à horta, um cliente meu, que é o maior produtor de orgânicos do DF, me dará umas dicas. Mas isso, será feito depois que já estiver morando lá. Ou seja, em breve.

Pequenas alterações no projeto

Um ponto bacana do projeto da casa foi concentrar os 2 wc e a área de serviço, dividindo a frente, onde estão os quartos, e o fundo, onde estão a sala e a cozinha. Assim, os pontos que terão encanamentos ficam próximos, economizando material. A caixa d'água ficará na laje sobre a área de serviço e os banheiros. Do lado esquerdo da foto, ou seja, a parede do fundo dos quartos, ficará 1,4 m acima da laje, escondendo a caixa d'água da  frente da casa. Esta será a parte mais alta, ficando com cerca de 4,8 m.

Os 2 wc terão iluminação e ventilação natural com as clarabóias na laje (aquelas tábuas estão protegendo uma delas).  A parte descoberta, onde está a escada, será o corredor de acesso aos quartos. Ali, será usado como um mini-escritório. Estamos colocando tijolos ventilados de vidro em cima das portas dos quartos, voltados para a frente da casa, acima do telhado, para iluminar e ventilar esta parte. No corredor-escritório, o telhado ficará mais alto, partindo de cima dos vidros ventilados, com  queda para o fundo da casa (sobre a telha que é vista na primeira foto). Nesta parte, eu pensava em colocar uma madeira (MDF branco) apoiada na estrutura metálica, servindo de forro.Mas, resolvi deixar a telha aparecendo. Ela é tão bacana, com seus picotes de antigas embalagens tetra pack, que dispensei o forro aqui. Ok, isso foi uma alteração que fiz no projeto, porque pretendo passar boa parte do meu tempo ali, no computador. P.S.: um outro post "Ar condicionado natural" explica melhor pq não terá forro.
Na foto ao lado, a esquerda, está a parede da área de serviço e as janelas dos quartos. Esta parte mais alta e a parede frontal da área de serviço terão um acabamento diferenciado. Elas serão revestidas com uma cerâmica que imita madeira, destacando-se do restante da área externa da casa, que ficará com o tijolinho aparente. Esta cerâmica, 20 m2, era ponta de estoque, comprei pela metade do preço. No projeto, o Pedro Grilo queria destacar este volume, pintando com uma cor que contrastasse com o tijolinho. Preferi a cerâmica, porque acho que será mais interessante e durável, e talvez, até mais econômico.

sábado, 5 de novembro de 2011

detalhes técnicos

 
Na casa, vocês não percebem, mas tem o tijolo, o meio-tijolo nos cantos (puro lego) e o tijolo canaleta, este em primeiro plano. Ele foi colocado em 3 pontos diferentes da parede da casa, com ferro e concreto dentro dele, criando cintas de amarração lateral. Além dos concretos que subiam nos cantos e no máximo a casa metro, estas cintas ficam abaixo das janelas (1 m) , logo acima delas (2,10 m) e no alto da parede. Externamente, depois de preenchida, parece um tijolo comum. Isso significa, na prática, que qualquer metro de parede terá concreto e ferro reforçando em algum ponto. Os conduítes amarelos sobem junto com as paredes e por eles passarão os fios eletricos.
Uma barra de ferro destas, com 12 mts, custa o mesmo que um saco de cimento. Com certeza, gastei mais em ferro do que com cimento. Mas, isso significa uma estrutura mais confiável para a casa toda, daí.o tijolinho ser chamado de "estrutural".
Ninguém perguntou, mas os tijolos são "colados" uns nos outros com argamassa comum. Apenas um filete de argamassa, aplicado com um caninho na ponta de uma garrafa pet de 2 lts.
A fundação da casa foi convencional. Eu não acreditei quando o mestre de obras disse que a fundação e o contra-piso custariam uns 10 mil reais. Mas foi o que aconteceu. Usamos canaletas de concreto, ferro e cimento. Tudo nivelado com 36 metros cúbicos de brita, que concretados, formam o contra-piso. Só a partir daí é que as paredes começaram a ser levantadas. Os pedreiros achavam lento e demorado a subir as paredes, mas uma vez levantadas, seria só cobrir e a casa já estaria quase pronta. Internamente, vamos forrar com placas de gesso. Material de rápida colocação, leve e barato.

Quer moleza? Vai pescar

 
Antes de começar a obra, o meu arquiteto (Pedro Grilo. Tá no facebook) me alertou: "como os pedreiros não estão acostumados com o tijolo ecológico, você terá que acompanhar a obra mais de perto". E assim fiz.Fui quase todos os dias na obra. Acordar cedo, chegar na obra antes das 8h, ver como estavam as coisas e depois ir pro trabalho. Claro que negociei com meu chefe, qdo a coisa apertava, eu só ia trabalhar depois do almoço. Até pq não iria me concentrar nas minhas funções se estivesse com a cabeça na obra, né? O fato é que deu para levar ambos a contento.
E já que é para ser peão, primeira providência, troquei o carro de passeio por  uma Pampa, ano 90. Ela é literalmente pau pra toda obra, bruta mesmo. Na foto, ela está com mais de 300 tijolos em cima, algo em torno de uns 750 kgs de peso, coitada.
Assim, eu ia comprando e levando o material na medida do necessário. 5 sacos de cimento num dia. 10 na semana seguinte. (Minha esposa perguntou quanto pesa um saco de cimento? 50 kgs, ok?) Coisas impensáveis para um carro popular. Ou um crime, se for um carro novo e caro. A vantagem é que eu não paguei frete, nem deixei faltar material para os pedreiros trabalharem. Levando o material aos poucos, não há desperdício e você tem mais controle sobre o que está sendo feito. Outra coisa era pesquisar os preços das lojas e comprar uma coisa aqui, outra acolá.
É incrível a variação dos preços. No mínimo 30% a cada ítem. Cimento, ferro, areia...estas coisas mais básicas não variam muito, mas o resto...é assustador. Um exemplo: para trazer energia do poste da rua até o relógio na casa, a CEB determina o tipo de material que tem que ser usado. Se estiver fora das especificações, eles não ligam. Nas lojas, o orçamento somava R$ 950 em fios, canos, disjuntores...acabei pagando R$ 650. Comprei em uma loja no SIA, atacadista de material elétrico (ok, eles só vendem para empresas. Comprei no nome da empresa que trabalho, oras).
Vendo esta foto da pampinha pesada, meu cunhado perguntou: "mas quem arrumou os tijolos tão certinho assim?" Ora, cara pálida...o peão aqui, né?

Coisas Brasilienses

Caliandra é o nome desta bela flor, típica do cerrado. Ao fundo, o "paredão" da casa sendo erguido. Hoje, lendo o jornal, vi um caderno especial "Guia Imobiliário", com coisas que a gente só vê aqui no DF também.
Aqui a especulação imobiliária é maluca, os preços são absurdos. Mas, como o mercado está com muita oferta de novos imóveis, a tendência é de queda ou estabilização.
O tal "Guia Imobiliário", claro, tenta dar uma "forcinha" aos corretores, construtoras e demais especuladores. Dizem, por exemplo, que em Águas Claras, o m2 construído custa até R$ 5 mil. Mostram um loft na Asa Sul a R$ 16 mil o m2. Já um condomínio perto do meu, que "vende" o apelo ecológico, diz o jornal que o terreno de mil m2 custa R$ 500 mil. Até então, o que eu tinha ouvido falar era que custava a metade, mas eles jogam o preço para cima, para depois "fazer uma negociação especial para o incauto".
Um morador do meu condomínio, que ganha dinheiro comprando e vendendo imóveis, veio me dizer (sem que eu perguntasse, ok?) que a minha casa quando pronta valerá uns R$ 450 mil. Segundo este mesmo vizinho, o terreno no nosso condomínio hoje custa R$ 100 mil.
Há 3 anos, pagamos R$ 25 mil no terreno. Na construção da casa investiremos uns R$ 100 mil. A especulação imobiliária bate à minha porta, triplicando os valores. Mas, como cantava Tim Maia "não tá vendo, não tô nessa. Porque eu quero, sussego".

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O "paredão"

A lateral da casa que dá para o lado Norte, o mais ensolarado, eu chamo de "paredão". Isso pq ele tem 3,5 metros de altura e 11,5 metros de comprimento, pegando a garagem e a varanda. A parede dupla, uma esconde a queda do telhado e a outra faz a sua sustentação. São "apenas" uns 4 mil tijolos, com estrutura de concreto e ferros subindo a cada 75 centímetros. Deve pesar, só pelos tijolos, umas 10 toneladas. 

Na foto acima dá para ver,ainda no início da obra, os ferros que serão concretados Na última foto, a vista de como está ficando a garagem-varanda internamente. Repare na coluna, que a parede é dupla, ou seja, tem 25 cm de largura em toda a sua extensão. Na parte da frente, onde estão os quartos e wcs, tem 3,5 metros de largura. Onde inicia a sala, aumenta a largura para 4,5 metros. Ou seja, o "paredão" abriga  45 m2 de varanda. Mas, temos mais 20 metros de varandas...por garantia. Além da sala e da cozinha (mais uns 42 metros quadrados). Assim, acho que podemos convidar umas 100 pessoas para uma festa que, apertando, cabe todo mundo. Qualquer coisa, o tamanho total do terreno é de 800 metros quadrados, com gramado e árvores  frutíferas. A casa, por enquanto, só ocupará 150 metros.

A primeira dúvida: pq o tijolo é ecológico?

Ok, apareceu a primeira dúvida. Quem a perguntou foi o troll master @lufeba, no twitter. Prazer em dedicar a você este post, amigo. Pq o tijolo é ecológico? Basicamente, pq ele é feito apenas de terra e cimento prensados. Não utiliza queima (que emite CO2 na natureza, utiliza combustíveis, etc).
Quando ele é feito, tem que ficar por 27 dias no processo de "cura" (um ciclo menstrual, é isso?). Abrigado do sol, tem que ser molhado de tempos em tempos, até que seca e adquire a resistência ideal. Aí, ele já está pronto para ser usado.
Tem uma maquininha manual, que você pode fazer seus próprios tijolos e nem é tão cara assim. O problema é "acertar" a mistura terra-cimento-água, ter mão-de-obra para fazer isso com qualidade e segurança...preferi buscar um fornecedor, daqui mesmo do DF, que me entregava tijolos feitos com "prensa hidraúlica de 6 toneladas" e ainda me orientava nos detalhes da construção. Não me arrependo da opção feita (veja post anterior "tijolos").
Ao contrário da construção convencional, onde os tijolos são apenas para "tapar buracos", ele tem uma função estrutural, distribuem melhor o peso das paredes na fundação e as colunas são embutidas nas  paredes. Cada tijolo pesa cerca de 2,5 ks. Devo ter utilizado mais de 15 mil na casa, ou seja, quase 40 toneladas. Meu telhado, com estrutura e telhas, pesa só 1,6 ton. Todas as ferragens do telhado estão soldadas nos ferros das colunas das paredes e as telhas, todas parafusadas. A fundação foi bem feita (conto depois, ou logo, se alguém me perguntar), assim, como disse o Marcelo, fabricante dos tijolos, não tinha jeito de dar errado o projeto da casa.

O 4º. Mas falo da casa em si

A foto foi tirada logo cedo, quando o sol nascente dá direto onde serão os 2 quartos. Logo em segundo plano, serão os 2 wc e corredor de acesso aos quartos. Ao fundo, a área da sala. À esquerda da sala, ficam a cozinha e a área de serviço. Não aparece na foto, mas à direita (kkk...a direita nem saiu na foto...sem moral alguma...rs) toda será uma varanda e terá um paredão (não, não pretendo fazer execuções políticas em minha casa. Que fique esclarecido desde já.).
Assim, para entender a planta, pense em um apto de 2 quartos, 2 wc, sala, cozinha e área de serviço com o desenho destes que você vê no jornal, com 85 m2. Visualizou, ok? Agora acrescente uma varanda em toda lateral que bate o sol da tarde (face Norte, 11,5 metros), o fundo da casa (Oeste, sol do fim da tarde, apenas um 1m) e um cantinho no SW, pequeno, 2X2,5 m sob encomenda para botar a minha rede. Sim, a casa terá 65m2 de varandas. Como disse um engenheiro ao ver a planta: -"Mas você terá mais varanda do que casa..."
Olha só. A "casa" em si, ou a planta do apto, era o mínimo que a gente precisaria para morar lá. A varanda, a sala e a cozinha são a "área de convivência", onde a gente espera receber os amigos. Minha esposa tem família aqui no DF, conhece toda a galera de teatro dos últimos 20 anos da cidade, é querida e festeira. Eu sou motociclista, participo de moto-grupo (Steel Goose), blogueiro, twittero e militante de esquerda, publicitário... e, em casa, cozinheiro de fim de semana. Ou seja, a gente queria espaço para receber os amigos, né? Mas sem precisar ter um "elefante branco" para manter.
Ok, o último argumento. Varanda é bem mais barato fazer, do que "casa em si". Achamos mais útil também. E com as telhas que arrumei (ver post anterior sobre as telhas), eu diminuiria o custo do metro quadrado construído. Para os loucos que pensam em construir: aqui no DF se calcula em R$ 750, o custo do metro quadrado construído. Assim, se você quer uma casa de 200 metros quadrados multiplique por R$ 750, e vá em frente. Ou desista, pq vai dinheiro mesmo. Em nenhuma das hipóteses, não diga que não avisei. Ok?

A telha ecológica

Uma aposta que deu certo na casa foi a telha ecológica. Ela é feita de material reciclado, a partir de embalagens tetra-pack (caixas de leite, sucos...etc). Eu descobri pesquisando na internet, pois aqui no DF eu não vi em nenhuma casa ou loja de material de construção. Ela é leve, precisa de pouca estrutura (apoio a cada metro, mais ou menos), não esquenta e não provoca doenças como as telhas de amianto. Tem função acústica também (abafa ruídos). Em relação ao telhado convencional, de telhas de barro, ela é muito mais leve, barata e exige menor gasto com madeira (estrutura).
O problema era como trazer para o DF uma telha fabricada no interior de SP. Pensei até em buscar com a pick-up que comprei para tocar a obra, se o frete ficasse muito caro. Mas, pedindo ajuda de amigos, consegui a dica de uma transportadora que trouxe as telhas a um custo legal.
Tendo as telhas e precisando de poucos pontos de apoio, descartei o uso de madeira e optei pelo uso de estruturas metálicas. Que meu finado avô, que era carpinteiro, especializado em madeiramento de telhados, me desculpe, mas madeira está muito caro, exige manutenção periodica e pode empenar, entortar, dar problemas. Vale lembrar que o DF é muito seco, isso é um complicador para o uso de madeiras. A estrutura metálica é de rápida montagem e, se bem feita, é pro resto da vida.
Em resumo, uma vizinha que fez um telhado convencional, gastou mais que o dobro que eu. E, cá entre nós, o meu telhado é bem mais legal do que o dela.

O tijolinho

Antes de procurar o arquiteto para fazer o projeto, uma coisa eu já tinha certeza: minha casa seria feita com o tijolo ecológico. Ele tem várias vantagens. As ferragens, a fiação e os encanamentos são todos embutidos nos furos dos tijolos. Não tem essa de construir e depois sair quebrando paredes para passar canos, por exemplo. Os furos do tijolo deixam a parede "respirar", fazendo um isolamento térmico e acústico.
O custo? Ele custa mais caro que o tijolo comum, sim. Paguei R$ 600 reais o milheiro dele. Mas, como a casa ficará externamente com ele aparente (economiza-se muito no acabamento), evita o uso de formas de madeira para concreto das colunas, etc...o custo final da obra reduz-se em pelo menos 30%.
Consegui um fornecedor aqui mesmo no DF, que produz tijolos ecológicos com prensa hidraúlica. (contato no facebook: Marcello Presa) Isso dá maior uniformidade e resistência ao produto, porque cada tijolo recebe uma carga de 6 toneladas.
Um detalhe fundamental: como o tijolinho (vou chamá-lo assim, pq ficamos intimos, ok?) evita quebra-quebra e entulho na obra, o projeto tem que ser bem feito antes, para que na primeira fileira de tijolos assentados você já saiba o que vai acontecer com ele, se vai passar fios, canos ou concreto. A dica é: planeje e saiba exatamente o que você fará antes de começar a construir.
A minha casa vai ficar com cerca de 150 metros quadrados, com um orçamento em torno de R$ 100 mil. Mas aprendi vários segredinhos que me fizeram economizar. Mas isso, conto depois.

P.S: pelas dimensões do tijolinho (25x12,5x6,5 cm) são necessários 63 tijolos para cada metro quadrado de parede

Minha Casa Ecológica

Olá, pessoal.
Vamos começar do início. Acho que facilita as coisas. Em junho/11 comecei a construir uma casa em um condomínio no DF. A idéia é ter uma casa  ecológica -a partir do tijolo, que parece um lego-, que seja agradável, prática e que caiba no bolso deste simples mortal.
Primeiro ponto a ser esclarecido. Entendo "ecológico" como algo que seja, também "econômico". Ou seja, respeito aos recursos naturais e também ao bolso. Não entendeu ainda? Vou ser claro: "o tal ecológico de butique não é comigo".
Agora, em novembro a casa está ficando pronta. Espero me mudar para lá ainda este mês. Aqui pretendo compartilhar as experiências que eu tive, as dificuldades, as armadilhas a serem evitadas, enfim, o aprendizado destes 5 meses de peão de obra. Eventuais dúvidas, de eventuais leitores deste meu novo blog serão respondidas com o maior prazer. Mesmo quando a resposta seja: sinceramente, não sei. Ok?
Enfim...é isso. Aguardem o próximo post. Tô começando agora.