sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Levando água e fazendo gols


A grama no fundo acabou ficando com 6 mts depois da casa e ocupou toda a largura do terreno (foto menor, direita). Enquanto a chuva não resolve ser frequente, é preciso jogar água. A primeira ideia foi o aspersor azul da foto. É bonito vê-lo trabalhar. Mas, ele é capaz de molhar apenas em um raio de uns 4 metros. Quando se coloca um segundo aspersor ligado nele, cai a pressão da água e cada um molha menos área ainda. Assim, para cuidar de quase 300 metros de gramado seria dificil. Teria que ficar mudando os aspersores de lugar...um trabalho interminável, e sujo. Isso porque esta terra vermelha, molhada, fica um barro grudento, gorduroso, que agarra no sapato e sai sujando por onde a gente passa.
A melhor opção foi esta mangueira plástica de irrigação. Ela se enche e vai distribuindo filetes d'água em toda a sua extensão, molhando 1 metro ao seu redor. Comprei 50 metros. É suficiente para as duas laterais e o fundo do terreno. Depois, é só mudar de lugar uma vez e colocar na frente. Liga, deixa uma tempinho e depois leva para a frente e deixa mais um pouco. Problema resolvido. Pelo menos, até a chuva ganhar constância.
Mas, falando em ganhar: acho dá para fazer um golzinho neste gramadinho. Se vocês repararem na foto do aspersor tem até um "morrinho artilheiro" para surpreender os adversários, né?
Abraços a todos.

P.S.: Hoje fará uma semana que plantamos. Vou fotografar em angulo parecido com os que estão aqui e comparar progresso. Ok?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O mais complicado na obra


Hoje saio um pouco do padrão habitual do blog, para trazer uma informação que considero fundamental  para quem deseja construir também: a questão dos custo$$$. Ontem mesmo um amigo me perguntou sobre isso. Recentemente, em uma entrevista, me perguntaram qual foi a parte mais "complicada" que enfrentei na construção da casa. Não tive dúvidas, respondi: "-a financeira"...rs.
Calculo que em minha casa tive um custo de R$ 750,00 o metro quadrado construído. Parece muito? Ou pouco? Depende. Tem que levar em consideração vários fatores e, principalmente, lembrar que "nada cai do céu".
Olhando a tabela acima, do Sindicato da Construção Civil (SP), minha casa situaria-se entre um "projeto de interesse popular" e uma "residência popular". Comparado com o valor que eles consideram como "normal" ( R$ 1.231,98 por m2) eu teria economizado 40%.
Aqui no DF, a especulação imobiliária é uma realidade. Ontem, vi uma construtora anunciar que vendeu um empreendimento por R$ 10.500, 00 o metro quadrado. Ou seja, com a minha área construída (quase 150 m2), eles pediriam mais de R$ 1,5 milhão!!! Completamente fora da realidade (pelo menos, da minha realidade financeira).

Alguns fatores que explicam eu ter conseguido "economizar":
  • O tijolinho. O Tijolo ecológico custa mais caro que o tijolo convencional, mas se economiza no acabamento, gasta-se menos argamassa, cimento, areia e evita-se o uso de formas de madeira para as colunas (que são embutidas na própria parede).
  • O telhado. Ao usar a telha ecológica e estrutura metálica, o custo do meu telhado ficou pela metade do que eu gastaria usando madeira e telha colonial.
  • Ter um "projeto". Levei mais tempo "acertando" o projeto com o arquiteto do que na obra em si. Principalmente com o tijolinho, você tem que saber exatamente o que vai fazer. Não adianta querer ficar "inventando" no meio do caminho.
  • A pampinha. Foi um excelente investimento que fiz antes do início da obra. Não paguei frete, não deixei os pedreiros pararem por falta de material e deu agilidade na obra.
  • Pesquisar preços e pagar à vista. Não comprei em um só lugar. Encontrava uma janela em promoção, no tamanho que eu sabia que iria usar, comprava e guardava porque sabia que seria necessária. Pechinchar vale a pena. Porque economizar R$ 50,00 aqui, outros R$ 50,00 ali, no fim da obra isso faz uma grande diferença. 
  • Acompanhar de perto a obra. Além de comprar os materiais, estar "por perto" a cada momento, tirando as dúvidas dos pedreiros, evitando que algo saisse errado. Consertar depois, seria "retrabalho e custos extras".
Assim, só vou me aventurar a fazer a segunda etapa da casa, que seria construir o fogão à lenha, um apartamento para hóspedes e uma "oficina"/quarto de bagunça, quando tiver uma reserva financeira que me permita dar conta. Ou seja, se quero construir mais uns 50 metros quadrados, precisarei arrumar no mínimo mais uns R$ 35 mil reais. É assim, quer a gente queira ou não. Abraços a todos.

P.S.: Hoje estamos plantando a grama. Olha só a parte do fundo da casa já com ela.




segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Preparando o gramado

 Sexta-feira começou a chover aqui no DF. Hora certa de começar a preparar o terreno para o gramado. Limpar o terreno, trazer um caminhão de terra vermelha para misturar, calcário e adubo. Até o meio da semana a grama já deverá estar plantada. Acho que isso dará um bom "up-grade" na casa, além, claro, de diminuir a poeira. Aguardemos.

P.S.: Um dos rapazes que trabalhou no gramado me disse que "se eu fosse abençoado" com uma chuva ao término do serviço, "seria perfeito". Eles terminaram, e eu, mesmo vendo o céu escurecer e os trovões se aproximando, tratei de molhar todo o gramado. Mal terminei, e a chuva cai, abundante. "Perfect"!


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Jogo dos 7 erros



Acima está a reprodução de uma das pranchas do projeto feito pelo arquiteto Pedro Grilo. A foto ao lado mostra a casa como está agora. Ok, que apesar da foto ser frontal e a perspectiva mais lateral, dá para ver que ambas estão bem parecidas.

O que mais destoa é que na perspectiva tem um gramado bacana e na casa ainda não. Mas isso será resolvido nesta próxima semana. Vou aproveitar que está para começar a temporada das chuvas no DF e isso ajudará a grama crescer e se enraizar. Vamos plantar na frente, nas laterais e em 5 metros no fundo da casa. No total, serão 250 metros quadrados de gramado. Sobrará uns 15 metros no fundo. Mas, ali futuramente pretendo construir mais um apto e o fogão à lenha, e mais ao fundo estão plantadas as árvores frutíferas. Enquanto isso, deixa a vegetação nativa do cerrado por lá (dica de um amigo meu).

Mas, vamos aos "erros" nas fotos: 1) O gramado; 2) A entrada da área de serviço na perspectiva está pintada de marrom. Na real, usei uma cerâmica que imita madeira em parte dela (onde está a ducha, aqui ao lado); 3) Fiz um "recorte" na frente, acima das janelas e coloquei tijolos de vidro, que permitem ventilação e iluminação natural para o corredor de acesso aos quartos. Isto não estava no projeto (ver post: "Ar-condicionado natural"); 4) As árvores na frente. Na foto aparece o pé de abacate. Tem ainda uma mangueira (do outro lado da pampinha) e 2 pés de côco-anão; 5) O Alfa. Ele não estava no projeto. Foi idéia do meu filho, que se apaixonou por esta raça canina; 6) O tambor azul perto da janela. Guarda dentro o saco de adubo, ainda pela metade; 7) Aquelas 2 pessoas que caminham em direção a casa. Não sei quem são. Devem ser amigas do arquiteto. Se tiver mais erros, favor me avisar. Ok?

P.S.: Ontem à noite, vieram as primeiras chuvas. Amanheceu a primavera hoje com o chão todo molhado. Pelo visto, segunda-feira, a grama será muito bem recebida aqui.

sábado, 15 de setembro de 2012

Nem demais, nem de menos



Nestas 3 fotos dá para ver como ficou a cozinha agora. Está quase tudo em seu lugar já (não reparem nos sacos plásticos entre a geladeira e a pia, ok?) Comecemos pela parede que tem a pia. Ela tem 1,8m e a parede no fundo tem 3,3m (na dúvida, é só contar os tijolinhos, cada um mede 25 cm). A paredinha que tem a janela e o relógio no alto tem 2 m (não aparece aqui, mas ali tem uma porta de vidro que dá para uma varandinha feita sob medida para outra rede, não esta que aparece perto da mesa e da estante).
Na parede com a cerâmica que parece madeira, o revestimento vai até 2,5 m na altura e tem 4,5 m de largura( ao fundo aparece a área de serviço). A geladeira, que está parte em uma foto e parte em outra, facilita o trabalho de "juntar" visualmente os dois espaços, não? Por último, a mesa com as cadeiras, onde dá para ver ao fundo uma parte do pequeno corredor que leva aos quartos e wcs. Interessante que esta foto foi feita agora de manhã (as outras duas ontem à noite), assim na parede aparece refletida a luz que entra pela janela da sala e a luz natural que entra pelo corredor dos quartos)
Em resumo, da ponta da sala até o fim da cozinha são 7,5m, a largura da janela da sala até a parede com a cerâmica, são outros 5m. Descontando o canto da varandinha, são quase 35m2. Assim, juntando sala/cozinha com as varandas, são 100m2 ou 2/3 da área construída. Os restantes 1/3 são os 2 quartos e wcs. Buscamos, no projeto da casa, construir algo que não fosse muito grande, mas que oferecesse um  espaço razoável para a chamada "área de convivência". Afinal, tanto eu como a minha esposa somos "festeiros" e gostamos de receber os amigos em casa. Deu nisso...rs.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Frutos e lembranças



O pé de amora anuncia que a primavera está chegando. Ele estava bem seco, sem folhas, parecendo que não ia vingar. Acertei a adubação e cuidei de aguar regularmente. Agora ele está carregado, em breve teremos amoras maduras.
A mangueira na frente do terreno também dá sinais de que vai bem, gostou da adubação, está soltando novas folhas e crescendo (já tem cerca de 1,2 m).
Na foto em que aparece a frente da casa, o pé de abacate mostra que recebeu água há poucos instantes. Até o fim do mês deverei plantar grama na frente, nas laterais e em um pequeno pedaço no fundo da casa. A previsão é que a partir de outubro as chuvas venham pra valer, e aí, a natureza se encarrega de cuidar delas.
Confesso que não vejo a hora de ver tudo isso crescido. Na frente tem o abacateiro e a mangueira das fotos, além de pés de coco-anão. No fundo, outra mangueira, dois pés de amora, limão galego, siriguela, jabuticaba e pitanga. Ganhei sementes de graviola também. Plantei, mas ainda não sei se pegaram ou não. Na lateral da casa, ao lado do paredão, vários pés de maracujá devem "virar praga" assim que começarem as chuvas.
Quando vou no sítio do meu pai em Minas e vejo o pomar crescido, lembro que busquei as mudas na camionetinha e ajudei a plantar. Nas lembranças de infância de meu filho, o pomar já estava crescido, ele e os primos se divertiram e se sujaram muito nas mangueiras e amoreiras. Isso tem mais de 20 anos, naquela época não tinha internet nem blogs. Como agora tem, a gente compartilha. Assim, de certa forma, a gente vai plantando as lembranças e frutos que teremos, né?
Abraços a todos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Baratinho, mas ordinário



No último post eu mostrei o armário que montei embaixo da pia, aproveitando peças de MDF que consegui na feira de trocas do feicebuqui (foto lado esquerdo).
Anteriormente, eu já tinha feito 2 balcões também de MDF, com rodinhas, tampo de granito e portas de correr (meu filho enciumado, diz que me orgulho muito de tê-los feito). Agora achei que faltava um outro balcão, para colocar o microondas em cima, perto da mesa de jantar. Levando em consideração o que gastei para fazer os 2 balcões, vi que talvez ficasse mais barato procurar um pronto. Pesquisei na internet e comprei naquela loja do "quer pagar quanto", daquele garoto propaganda irritante que parecia um gremlin pulando para fora da tv em nossas casas.
Assim, por apenas 217 dinheiros (mais o frete) comprei o balcão. O tampo parece de mármore, mas é só o revestimento. Os puxadores parecem de metal, mas são de plástico...e por ai vai. 
A loja promete que o montador irá me visitar em até 20 dias. Claro, que não topo ficar de castigo em casa esperando. Sabe-se lá quando o cabra resolve aparecer, né? Dai, eu mesmo resolvi montar, como mostro na foto à esquerda. Pelo menos eles vêem com um guia de montagem, todos os acessórios, parafusos e encaixes. 
Uma dica: se na montagem colocar cola de marceneiro, ele ficará muito mais "sólido e resistente". Assim o fiz (foto abaixo, a direita). Então, ele já está pronto e o microondas já pode sair de onde estava, pois o fogão vai para aquele lugar, ao lado da pia, que vocês já sabem, coloquei gavetas e armários.
Acho que agora a cozinha já está como eu queria. Creio que agora vou cuidar dos móveis da sala. Confesso que meu sonho era construir minha casa e fazer meus próprios móveis. Mas, não sou radical. Tem casos em que a indústria consegue vender produtos prontos mais baratos do que a gente mesmo fazendo. Até porque se eu fosse fazer o balcão, o fundo seria de madeira de qualidade, não de eucatex. Mas isso vocês não conseguem ver, né? Eles enganam bem.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Trocas, doações e reciclagem



Minha esposa descobriu um grupo de trocas e doações no feicibuqui. Pessoas bacanas, jovens, com mentes alternativas. No início, fiquei preocupado, já que ela se empolgou, tava trocando sapatos, bolsas, blusas, etc e tal. Cheguei a ficar com medo de ser incluído em alguma troca, mas me explicaram que não é permitido pelas regras do grupo. Menos mal, né?
Pois bem, uma das garotas ofereceu restos de MDF, pois a mãe tem uma marcenaria e as sobras viram lixo. Fui lá com a pampinha (sempre ela, e busquei). Na foto a direita, as madeiras já na garagem de casa. O primeiro "produto" que fiz com elas foi este criado-mudo da foto a esquerda. Hoje, saiu algo mais "complexo", os armários e gavetas embaixo da pia (foto principal).
Detalhe: as portas dos armários eu já tinha. Fiz 4 gavetas e um nicho com as madeiras que ganhamos. Agora falta só o acabamento na parte debaixo, entre o rodapé e a cerâmica onde estão os armários. Ficou simpático, não?
Abraços a todos.

domingo, 9 de setembro de 2012

Veredas, veredazinhas



"Vou lhe falar. Lhe falo do sertão. Do que não sei. Um grande sertão! Não sei. Ninguém ainda não sabe. Só umas raríssimas pessoas -e só essas poucas veredas, veredazinhas".  (pág 116)

"Agora, por aqui, o senhor já viu: Rio é só o São Francisco, o Rio do Chico. O resto pequeno é vereda". (pág 90)

E que, com nosso cansaço em seguir, sem eu nem saber, o roteiro de Deus nas serras dos Gerais, viemos subindo até chegar de repente na Fazenda Santa Catarina, nos Buritis-Altos, cabeceira de vereda". (pág 323)


"Digo -se achava água. O que não em -apenas água de touceira de gravatá, conservada. Mas, em lugar onde foi córrego morto, cacimba d'água, viável para os cavalos. Então, alegria. E tinha até uns embrejados, onde só faltava o buriti: palmeira alalã -pelas veredas. E buraco-poço, água que dava prazer em se olhar." (pág. 525)

As citações acima, como tudo parece indicar, são do Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. A indicação das páginas podem variar de acordo com a edição, então, usei a 19ª Edição, da Editora Nova Fronteira, 2001.

Mas, qual a razão de trazer estas imagens e estes textos para o blog onde eu só falo da casa? É porque desde que comecei a construção (junho do ano passado), eu não tinha mais feito nenhuma viagem maior. Ficava literalmente "dentro da toca". Pois bem, neste fim de semana fui para Minas Gerais (Conselheiro Lafaiete e Congonhas) para uma festa de aniversário de 20 anos de meu moto grupo. Lá encontrei um amigo, de nome Giordano, que se dizia fã de Manuel de Barros. Eu comentei sobre a minha predileção por Guimarães Rosa (sim, na minha "bio" cito O Grande Sertão e digo também que sou motociclista e fotógrafo). Viu como as peças começam a se encaixar?

Então, já que citei o "Giordano", Vou contar-lhes o que vi hoje. No retorno para casa (rodei 830 km, na Fazer vermelhinha), entre BH e 3 Marias, passei pela entrada para Cordisburgo, terra natal de Guimarães Rosa. (Que dizia ser nascido no Burgo do Coração). Parei e fiz a foto que está no meio, "Circuito Guimarães Rosa". Rodei mais um pouco e fotografei de cima da ponte em 3 Marias as águas do "Velho Chico". A vida segue e a viagem também. Lá pras bandas de Andrequicé (terra de Manuelão, personagem que Rosa citou em outras obras também) eis que vejo a foto principal no alto da página: vários buritis e no meio deles uma pequena nascente, ou "vereda, veredazinha".

Coincidência? É pode ser...para quem acredita nelas. Ou como dizia Rosa: "Será não? Será?" (pág. 26)
Abraços a todos.