quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Amianto? Aqui não

Pesquisei no google e vi uma foto postada aqui no blog, mostrando as minhas telhas de tetrapack como se fossem "amianto". Confesso que não gostei nem um pouco.
Uma vez, voltando de viagem, minha moto deu problemas e precisei dormir na casa de um amigo em uma cidadezinha aqui perto. O quarto não tinha forro, as telhas eram de amianto e pareciam mofadas. Dormi uma noite lá. Fiquei mal por uma semana, não conseguia respirar direito, como se meu pulmão estivesse "endurecido, seco". Não recomendo a sensação para ninguém.
No exterior, recentemente, o maior fabricante de amianto foi condenado a pagar uma multa milionária no que chamam de "o maior crime ecológico de todos os tempos", pois prejudicou a saúde dos trabalhadores, dos moradores das regiões das fábricas e, lógico, de milhares de consumidores. Não há controvérsia sobre suas consequências: ele é reconhecidamente cancerígeno.
No Brasil, nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul ele já é proibido. Agora o caso está Supremo Tribunal Federal, que interrompeu o julgamento, com os votos empatados. Um dos argumentos favoráveis ao seu uso é "baratear o custo das moradias".
Ao decidir não usar o amianto, encontrei a telha reciclada de tetrapack. É mais leve que a de amianto, tem melhor isolamento acústico e térmico (não esquenta tanto) e a colocação, em termos de mão-de-obra ou estrutura, seriam as mesmas.  A diferença de preço era pequena, as telhas de amianto talvez fossem uns 20% mais baratas. Mas, como não tinha por aqui, tive que "importar" direto da fábrica, no interior de São Paulo e pagar o frete até o DF. E se eu usasse o amianto? Qual seria a economia, considerando o custo final da obra? Com o frete que tive que pagar e tudo, seria no máximo de 1%. Isso, um por cento.
Não é nada, não é nada,  é nada mesmo.
Lembro então aos nossos Magistrados que há alternativas melhores sim do que o amianto. Ecológicas,  que geram emprego e renda na reciclagem e que, com a proibição do concorrente cancerígeno, poderiam ser produzidas em maior escala e consequentemente, baratear seu custo, eliminando esta pequena diferença que existe hoje.
Outro argumento no julgamento do caso Amianto é que não cabe ao STF "proteger" a população destes riscos, que isso seria tarefa para os legisladores, no Congresso Nacional. Independente disso, enquanto eles discutem a quem compete decidir, acredito que a palavra final está com nós consumidores. Eu já disse não ao amianto. E você?


P.S.: Este Blog não é comercial, não anuncio produtos, marcas ou fornecedores. Mas, neste caso vou abrir uma exceção. O fabricante das telhas (que me atendeu bem e encaminhou direitinho meu pedido para a transportadora que contratei) chama-se Ecotérmica. Tem site. Basta procurar na internet.



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